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Attention

«I am the author of my life. Unfortunately, I am writing in pen and can not erase my mistakes.» - Bill Kaulitz

1º Semestre em Mestrado de Jornalismo.

18.02.20 | twilight_pr

Queria já ter falado sobre este tópico há mais tempo, mas a coisa acabou por se atrasar porque um dos meus professores apenas falou sobre as notas ontem a horas que ninguém devia estar acordado para ler a mensagem de imediato. Queria fazer este post com todas as notas lançadas e foi por isso que acabei por me atrasar tanto em fazer este post. Portanto, a culpa foi a metade. Tanto minha como também da minha faculdade.

Como já tinha referido aqui o meu primeiro semestre teve muitos altos e baixos e quando me refiro de baixo estou mesmo a falar de um momento mesmo complicado na minha vida. As coisas não estavam a correr bem e sinceramente as coisas não estavam a ser as melhores. Pensei em congelar a matrícula e tudo para ver se conseguia trabalhar melhor e conseguir manter a minha cabeça em ordem. Felizmente, acabei por não o fazer porque, no final de contas, era a única coisa que ainda me deixava feliz quando estava fora de casa.

Dito isto, o semestre não foi simples. Quando me falam em aulas de comparação entre estas aulas e as aulas de licenciatura... bem... não são muito diferentes, especialmente pela forma como o plano de estudos está feito. Isso acabou por ser uma forma mesmo diferente de ser de como era por exemplo seria o plano de estudos até da minha faculdade antiga. Muito possivelmente porque o teor prático (já falarei melhor sobre isso) acaba por trazer mesmo uma outra componente ao mestrado.

Portanto, não foi simples, mas nem tanto pelas aulas. Foi realmente porque tive um momento emocional demasiado instável que acabou por estragar bastante a forma como eu estava a seguir o meu plano. A partir daquele momento tudo acabou por desabar e a forma de fazer o semestre foi mais de conseguir vencer os obstáculos uma e outra vez, quase sempre tentando manter à tona, sempre com  a cabeça de fora, mas já sem se ver o pescoço.

As aulas práticas

Tive duas aulas bem mais práticas que as outras, que acabaram por ser os atelier de imprensa e de televisão. Com estas duas experiências, que já por si foram totalmente diferentes, entendi duas coisas. A primeira é que gosto de imprensa ainda mais do que já gostava. A segunda é que odeio realmente ver-me em frente a uma câmara de televisão. Sinto mesmo a pressão em cima de mim especialmente quando tenho aquelas luzes todas a cegar-me e eu só oiço o prof a dizer: "Joana, olha para a câmara" e eu penso: "mas qual câmara? Eu estou cega!" É literalmente ferir-me os olhos, é a experiência de quando se está no carro e de repente o sol aparece mesmo à nossa frente e acabamos mortos por segundos. 

Imprensa

As aulas de imprensa foram a coisa que eu menos gostei, na realidade. Foi onde eu consegui mesmo ver que era o que eu mais gostava, mas ao mesmo tempo onde consigo mesmo dizer que não aprendi puto. A verdade é que consegui passar meses a ir às aulas e a ficar exatamente na mesma. Sem exageros nenhuns. Não acho nada, mas nada que seja um bom método estar 1h e 20 minutos a falar sobre si e depois usar a meia hora que lhe resta para falar sobre o que os alunos e sobre as dúvidas que eles têm, especialmente quando são coisas mesmo importantes. Porque, tendo em conta o que ele tinha pedido logo no início do semestre, nós tínhamos de entregar uma reportagem e uma entrevista como os nossos métodos de avaliação.

Ora, isso é tudo realmente muito bonito, mas não havia bases realmente nenhumas e ainda teve a lata de apenas começar a falar sobre isso depois de nós termos ido à procura para conseguirmos ter boas notas, porque quando perguntávamos, a resposta era algo à político. Era sempre tudo à volta da reportagem, mas sobre como a fazer... está quieto. Falava-se muito mais sobre a sua experiência de vida e de como ele tinha conseguido entrevistar pessoas do que propriamente sobre a reportagem em si. No final, acabou por me dar um 12 em reportagem porque teve a lata de me dizer que eu tinha mudado o ângulo de reportagem. Por norma, isso acontece consoante se está a escrever e a forma como se está mesmo a fazer as pequenas entrevistas. No final, ainda teve a lata de me dizer que se eu tivesse dito logo que era aquele ângulo que ele me teria dado mais. Pois... right. 

Televisão

A aula que eu pensava que iria ser a mais prática de todas acabou por ser aquela que eu estive dentro de um pequeno estúdio de televisão e acabei na maior parte das aulas sentada em frente a um ecrã e a ver um power point sobre reportagem e entrevista. 

No entanto, as coisas foram mesmo diferentes com este professor. Mesmo que tivéssemos ficado aquele tempo todos sentados e a ver o powerpoint, as coisas foram diferentes. Acabámos por ter de ir para a rua mesmo porque tínhamos de ser nós a filmar as nossas coisas para conseguirmos fazer uma reportagem de 3 minutos. Depois ainda fomos nós que tivemos de gravar mesmo um programa de televisão em direto e foi tudo feito ali na hora com toda a turma a ajudar. Foi mesmo um feito nesse sentido. No entanto, as explicações não vieram tanto do professor, mas sim do técnico que nos estava sempre a ajudar com tudo! Não só na parte técnica de montar a reportagem, assim como a forma como nós devíamos estar e agir perante a câmara e isso foi realmente importante, porque sem isso, nós também teríamos ficado a apanhar bonés. 

É daquelas cadeiras que, independentemente de ser pós laboral, temos mesmo de ter os dias livres porque ir para o terreno acaba por ser muito exaustivo e torna tudo muito cansativo porque tivemos apenas mesmo de nos desdobrar para conseguir fazer tudo. A verdade é que é diferente quando há pessoas que são trabalhadores estudantes. Não têm estatuto diferente dos nossos e ainda por cima acabam por ter o mesmo prazo que os outros estudantes. É diferente de quando estamos a trabalhar e o chefe pede para fazer algo. Durante o resto do horário laboral nós conseguimos fazer as coisas, nem que tenhamos de sair e tudo. No entanto, quando estamos na faculdade e nos pedem para ir ao terreno as coisas são completamente diferentes, especialmente quando estamos mesmo em horário pós-laboral. As filmagens serão feitas quando? Às 23h?

No final fiquei muito mais contente com o trabalho de televisão do que de imprensa, em termos de cadeira a ser lecionada. Maioritariamente pelo técnico que estava a ajudar o professor. Acho que ele é que acabou por fazer a cadeira. Isso é uma coisa que ninguém me vai tirar da cabeça. Segundo, fiquei mesmo mais contente com televisão porque, mesmo não gostando de estar em frente à câmara tive a oportunidade de fazer o trabalho atrás delas e o trabalho que se faz é muito mais revigorante. Adorei mesmo ser assistente do realizador, ser a que tratava do texto do pivô e ainda ter a oportunidade de comandar a câmara principal de um programa de televisão. Isso foram coisas mesmo práticas que acabaram por conseguir vencer a cadeira de imprensa.

Acabei com 15 na cadeira final e mesmo sabendo que deveria ter tido mais, não me queixo. Pior foi a nota de imprensa, porque aquele professor de facto devia estar a beber quando me deu um 13 no final do semestre. Fiquei bastante chateada porque o 13 que me foi dado em Imprensa não refletiu em nada do que acabou por ser feito especialmente na entrevista que fiz, que sei que valia mais do que um 14. O 15 em TV acabei por aceitar mais dadas as minhas dificuldades em estar em frente à câmara, no entanto, o técnico já afirmou que se ele fosse mesmo o professor me teria dando pelo menos um 17. Gostava de acreditar que ele é que foi mesmo o meu professor.

Sistemas Mediáticos Comparados

A cadeira que tive pior nota. Sem dúvida aquela que eu pensei: vou a recurso. Acabei com 10 e não fui a recurso. Achei que foi tanto trabalho com aquela cadeira que não me iria conseguir adaptar para conseguir ter melhor nota. A professora não foi das melhores, o plano não foi dos melhores e a forma de dar aulas foi a pior delas todas.

Já vos tinha falado aqui, penso eu, que quando estava em licenciatura, no meu segundo ano, tive uma professora, que por acaso era a minha diretora de curso, e ela tinha-me dado a cadeira inteira como se fossem os alunos. Ou seja, a cadeira era dada através de textos, mas em vez de serem apresentados e dados pela professora, eram sim por nós alunos.

Ora, exatamente... esta minha professora de Sistemas Mediáticos, conseguiu fazer exatamente a mesma coisa! Lá iam todos os alunos em grupos fazer uma apresentação de um texto que eles nunca tinham ouvido falar e que era quase como andar a ler maçãs e acabávamos por interpretar como se fossem peras.

Acabei com 10 e graças a esse trabalho que acabou por ajudar no dito teste. Acabei apenas por espetar literalmente o que tinha conseguido ler do meu trabalho e consegui ter um 10, porque, no final de contas, torna-se mesmo complicado de fazer as coisas quando acabamos por nem saber bem onde é que temos dúvidas porque é tudo simplesmente estranho.

Metodologias de Investigação

Uma das cadeiras que eu gostei mais de ter. Gostei especialmente da primeira parte da matéria, em especial do professor que a deu. Acho que ele foi realmente a melhor parte da cadeira. Infelizmente, o teste com ele tinha-me corrido muito mal, porque me tinha apanhado exatamente no exponente da minha crise e isso acabou por me prejudicar na nota, mas felizmente tive a oportunidade de melhorar com um teste que não era de recurso e subi a nota do teste de 10 para 14. 

A cadeira ajudou-me bastante a conseguir formular perguntas base para projetos de investigação futuros, como por exemplo a tese de mestrado que vou ter de fazer (uma componente que ainda está a ser desenvolvida). 

A segunda parte da cadeira foi para esquecer. A professora que a deu foi sem dúvida aquela que eu tive sérios problemas em conseguir gostar dela. Quando se fala de métodos qualitativos de investigação a coisa deu-se, consegui sacar um 16 e ajudou pensar mesmo que iria conseguir melhorar então a minha média (na altura ainda não tinha feito a melhoria com o professor fixe).

No entanto, a coisa acabou por descambar quando veio o segundo teste. A verdade é que sabia que o teste não iria ser fácil. Por norma, um teste com uma aplicação que apenas é vista na faculdade torna-se muito mais complicada de se estudar quando apenas está lá e em certos computadores, que não são, obviamente, exclusivos do mestrado em Jornalismo. Também não concordo com um teste sobre uma aplicação que em licenciatura é dado durante um semestre inteiro e nós, de mestrado, sabendo que ninguém tinha mexido com a aplicação, tivemos direito a duas aulas e pronto. Acho que foi uma discrepância bastante grande.

No final, graças a esse teste desci a minha nota e graças ao 14 que acabei por ter em melhoria do primeiro teste do professor fixe acabei a cadeira com 13. A verdade era que iria terminar com 11 e ficar com 13 foi mesmo uma boa subida. 

Fiquei (e ainda estou um tanto danada) com a professora porque quando houve alunos a contactá-la para fazer melhoria, em vez de mandar um email geral a fornecer os dados de que iria ser feita uma prova de melhoria para quem quisesse antes do prazo do recurso ela simplesmente respondeu brevemente e cara a cara e pronto. Assim, os alunos, como eu, acabaram por não saber da existência da melhoria.

Gestão dos Média

A cadeira em si fazia-me lembrar uma das melhores cadeiras que tinha tido durante a licenciatura. Ter Gestão Cultural abriu-me muito os olhos para os anúncios, para os videoclipes e até para imagens promocionais que por aí andam ao longo do mundo. A verdade é que fiquei mesmo contente por ver que iria ter uma cadeira assim parecida, mas dedicada essencialmente aos Média. 

Grande parte das coisas, especialmente no que toca à parte de gestão acabou por ser a mesma coisa. As análises SWOT continuam a ser uma grande dor de cabeça, especialmente quando apenas queremos demonstrar as coisas boas que os nossos projetos têm.

Esta cadeira tive três momentos de avaliação e felizmente conseguimos tirar o quarto, afirmando que não iria valer a pena tê-lo se iríamos apresentar e tudo o trabalho que seria feito em grupo. Se era assim, não valeria a pena depois fazer um teste em que apenas teríamos de escrever o que tínhamos acabado de apresentar em aula. Nos restantes momentos de avaliação acabámos por ter de fazer um resumo de um artigo científico que estivesse ligado aos média, fazer um estudo de caso sobre uma empresa virada para os média e depois no final disso tudo ainda acabamos por fazer esse trabalho de grupo que tinha acabado de falar.

Esse trabalho consistia em nada mais nada menos do que criar uma empresa dos média. Algo relacionado e que tinha de ser convincente o suficiente e ter um bom rendimento. Teria de acontecer, tínhamos de fazer tudo. Ou quase tudo, falava mesmo os momentos de ação, como eram os empréstimos ao banco e o pagamento para registar a marca. 

No final, consegui tirar um 14 na cadeira. Acredito que não tivemos mais especialmente pelo trabalho de grupo porque durante a apresentação acabámos por não colocar várias coisas que deveriam ter sido postas, mas no final acabou por ser um bom trabalho. 

Responsabilidade Social dos Média

Adorei simplesmente a cadeira, mas mais que isso adorei o professor. Acho que ele foi sem dúvida cinco estrelas comigo e com todos nós na realidade. Um querido mesmo, gostava de ter aprendido mais com ele, mas fomos a sua última turma de mestrado na faculdade porque o senhor acabou de se reformar. 

Grande parte do nosso tempo foi a discutir a deontologia do jornalismo e a própria desinformação, mas gostei mesmo da cadeira. Aprender os princípios com alguém que os segue e que especialmente trabalha na área e que é bom nisso! Foi mesmo uma grande cadeira e adorei tê-lo. Foi mesmo uma grande honra ter a oportunidade de ser aluna dele. 

Geral

No geral, foi como disse, o semestre foi complicado. As notas não foram as melhores, mas sinto-me orgulhosa de tudo o que fiz com base em toda a crise emocional que tive durante mês inteiro e a forma como isso conseguiu abalar mesmo o mestrado inteiro. Consegui ir para cima e fico contente com as notas que tive porque foram mesmo sinal de esforço.

Como afirmei ainda falta uma nota, a de Responsabilidade Social dos Média e espero mesmo que tenha boa nota, porque até me sinto mal se tiver má nota porque gostei tanto do professor que acho que será quase como se o fosse desiludir ou coisa assim parecida. Estou contente com o trabalho do mestrado.

Espero que o mestrado melhore, no entanto, quero que os professores parem de pensar que todos escrevemos como eles porque acho que é só injusto que eles pensem que a melhor forma de escrever é a deles e a partir daí toda a gente é um lixo. Acho que foi isso que eu menos gostei de tudo e especialmente a forma que não conseguimos trabalhar para conseguirmos ter aquilo que merecemos porque, mesmo quando os professores nos dão notas que sejam injustas acaba por ser mau porque o estatuto do professor convidado acaba por fazer com que não se faça nada e o aluno fica com a nota que tem.

Que o segundo semestre venha e que ele seja melhor que o primeiro! E falo de tudo mesmo, tanto das minhas notas como dos professores. Já comecei os cursos preparatórios para rádio e em apenas duas aulas já consigo sentir a pressão e o trabalho, mas estou pronta para enfrentar tudo e todos!