Book Store #389
Rule
Autoria de Jay Crownover.
Acho que foi a melhor forma de fechar janeiro e não pensava seriamente que assim iria ser. Estou um tanto ainda sem saber bem o que falar do livro porque tanto quero dizer tudo como ao mesmo tempo nem sei bem por onde começar. Honestamente sinto que há tanta coisa por onde falar e, antes de mais, a sério quero deixar aqui a nota de que a possibilidade de eu estar a deixar este post grande porque a sério, não consigo deixar de lado aquilo que eu realmente gostei de ler neste livro.
Apercebi-me logo que o livro tinha o nome de um dos personagens porque ao longo da saga é algo constante que vão fazendo. Desta forma, começamos logo a saber o nome de um dos personagens principais e aquele que terá voz em metade do livro. A outra metade está destinada para a outra personagem principal: Shaw.
Rule é um homem de 22 anos que a vida não tem sido de todo fácil em termos emocionais e parece que a coisa apenas piorou um tanto quando o seu irmão gémeo morreu num acidente de carro três anos antes do presente do livro que nos é apresentado. Rule vê-se sem o seu amigo e a pessoa que podia sempre contar para tudo, Remy. Para piorar ainda a sua situação de ter perdido o seu amigo, Rule viu-se atacado pela própria mãe - que nunca lhe tinha dado a devida atenção -, afirmando durante três anos a culpa de ele ter morrido era dele e de que por ela, Rule devia ter sido quem deveria ter morrido naquela noite. Apesar da forma como as coisas estavam havia sempre a esperança de que a família voltasse a recuperar e, apesar de ele odiar completamente os domingos de família, Rule ia sempre desde que a melhor amiga do seu irmão gémeo também fosse.
Shaw tinha conhecido a família de Rule quando tinha acabado de fazer os 13 anos. Estava perdida e sem qualquer tipo de amor por parte dos pais ao longo dos anos e a família completamente destroçada não ajudava a que ela realmente sentisse aquele apoio. Remy foi a pessoa que a ajudou naquele momento da sua vida e que lhe ajudou a arranjar alguma estabilidade na sua vida completamente estranha.
A partir daquele momento eles foram inseparáveis apesar da diferença de idades de 3 anos. A perda inesperada do melhor amigo fez com que Shaw também ela perdesse uma parte de si, mas nunca realmente se desfez deles especialmente face ao facto de a família de Rule se ter tornado também eles a sua família. Desta forma, independentemente da forma como a mãe estava a fazer o seu luto, ela todos os domingos tirava Rule da cama, independentemente de quem ele tivesse na cama com ele para irem então para o almoço de família, que por vezes era só a pior coisa de sempre para os dois.
Neste livro contamos com um último almoço de família para todos. O irmão mais velho de Rule que se encontrava no exército estava em casa depois de um acidente e estava a recuperar e, enquanto isso, os pais atacaram o próprio Rule. Entre os três irmãos, enquanto Remy ainda era vivo, Rule sempre tinha sido aquele que tinha estado na margem e que, por sua vez, se tinha tornado ainda mais independente. Neste domingo em específico e aquele logo do início do nosso livro, Rule perde completamente a cabeça quando a mãe não gosta do seu cabelo pintado e das roupas casuais, que noutro dia qualquer, se estivesse tudo bem e se não fosse ele, estaria tudo bem. O próprio pai também depois de o ter atacado as coisas tornam-se oficiais. Ele nunca mais iria lá meter os pés e nunca mais iria tentar. Não esperava mais que os pais aceitassem as suas decisões de ser um tatuador e muito menos o facto de ele gostar daquele estilo e daquela moda.
Shaw desde os seus 13 anos que está apaixonada por Rule e ao longo dos anos sempre se demonstrou pronta a ajudá-lo e a apoiá-lo para demonstrar exatamente que está pronta para o apoiar em tudo. Nesse contexto, face à injustiça e da forma como Rule é tratado pela própria mãe que insiste após três anos da morte de Remy de que devia ter sido ele. Shaw decide também ela não voltar aos domingos para almoçar com a única família que ela alguma vez conheceu enquanto tal, porque de facto não era forma de falar com um filho e especialmente porque os pais pareciam não aproveitar os filhos que ainda tinham com eles, uma vez que ainda por cima naquele mesmo domingo o filho mais velho tinha voltado a casa não por ter terminado o serviço, mas porque ele tinha sido ferido. Acho que as coisas realmente deveriam ter sido relativas e afinal o que era de importar era a família.
Os dois acabaram por sair e Rule achou que, a partir daquele momento, eles nunca mais se iriam ver. A verdade era que ela não tinha mais razões para estar com ele. No entanto, é exatamente num dos encontros no local de trabalho de Shaw que as coisas parecem mudar. Ao vê-la num outro registo que não aquele que via sempre, Rule começa a sentir algo por Shaw, a pessoa que sempre colocou limites por achar que era a namorada do seu irmão gémeo, independentemente de ao longo dos anos terem dito que eram apenas amigos.
Rule começa a sentir algo por Shaw e após o 20º aniversário dela, logo após ela ter-se metido na cama com ele depois de ele a ter ajudado a sair do bar algumas bebidas a mais. No momento a seguir eles começaram realmente a tomar a decisão de começar uma relação. Shaw sempre tinha gostado dele e Rule parecia não conseguir tirá-la da cabeça.
Os dois são bastante diferentes, mas é sempre aquela coisa de que as diferenças os tornam mais fortes. Rule é um homem completamente tatuado, com bastantes barreiras à sua volta para não sair magoado e que se sente mesmo sempre à volta de mulheres porque one night stands eram melhores e não precisavam de realmente uma relação como aquela que ele viria a ter com Shaw. Enquanto isso, Shaw vive numa família desestruturara que para eles é mais importante as aparências, tem problemas com o ex-namorado que parece não ter entendido que tinham terminado e estava a ser bastante insistente e os próprios pais pareciam não entender que ele não a fazia feliz e para além disso todos os minutos da sua vida eram contados entre trabalho e ainda a faculdade para a faculdade de medicina.
Eram pessoas diferentes, mas desde os 13 que ela era apaixonada por ele e, apesar de Rule não a ver assim desde o início, ele próprio estava completamente rendido pela primeira vez na sua vida. Acho que o principal deste livro que me deixou muito contente com o que li foi especialmente porque nota-se a ideia das formas de como existem vários tipos de Luto e de como realmente as pessoas podem conseguir fazê-lo sozinha, acompanhada, aliar-se em tarefas e de como realmente não existe mal nenhum em pedir ajuda quando ela existe. Para além disso, existe a questão também de relações que parecem normais e que quando terminam tendem a ser ainda mais violentas, porque existe a tendência para que não se aceite um não como resposta.
É um entender que as barreiras ajudam para quem tem baixa autoestima e de que quando alguém as consegue ultrapassar é notável que as pessoas continuem a duvidar daquilo que tentam dizer apesar de essa pessoa dizer o contrário e que uma pessoa com uma baixa autoestima está constantemente a achar que vai sempre perder a pessoa e que para ela estará tudo bem, apesar de doer, porque para essa pessoa - era estranho que a companheira não se tivesse apercebido de como as coisas eram com ele há mais tempo.
A sério, senti que o livro valeu mesmo a pena e neste momento estou pronta para ler os próximos livros que contam a história dos melhores amigos de Rule, da melhor amiga de Shaw e ainda teremos livros dedicados às melhores amigas de Shaw.
(Imagem retirada do goodreads)