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«I am the author of my life. Unfortunately, I am writing in pen and can not erase my mistakes.» - Bill Kaulitz

Uma semana no Norte ali nos arredores de Castelo Branco.

07.09.20 | twilight_pr


Voltei!

Fui para o norte de férias com a minha família para sair do caos que é Lisboa e conseguir sentir que os meus pais conseguiam aproveitar aquilo que eram mesmo férias. Saber que eles, ao longo destes meses todos, andaram a fazer de tudo menos conseguir dormir deixáva-me de coração nas mãos porque, ao longo do tempo, notava-se mesmo que eles estavam fisicamente e mentalmente exaustos

Assim sendo, fomos para uma casa de um amigo do meu pai. Era longe o suficiente para nem termos contacto com ninguém o que me ajudou a que eu própria relaxasse. Já referi várias vezes que não sou a pessoa perfeita a dizer que estou completamente segura e de que claramente me sinto perfeitamente bem a sair do meu casulo para ir laurear a pevide em tempos de COVID-19.

Acho que nunca tinha ido de férias para o norte do país com os meus pais. Por norma, quando vou ao norte, é sempre com as minhas irmãs e é por norma naquelas viagens de 3 dias, como fiz com o Braga, Porto e Coimbra. Em setembro, nós vamos sempre para o sul e aproveitar as terras algarvias porque também nos sentimos mais cómodos ao longo dos anos por causa dos meus tios que por lá vivem. 2020 estava mesmo pronto a ser até um ano de mudanças em termos de locais de férias.

Fomos dia 28 de agosto e ficámos por lá até dia 6 de setembro e bolas como andámos. Acho que foi das férias que menos li desde há muito tempo. Por norma, sou aquela que leva 15 livros, se for preciso, e lê-os todos nas férias. No entanto, no Algarve a maioria das vezes acabamos por nos meter no carro, vamos à praia e pronto. Por norma, aqui a Je odeia areia e também sou aquela chique que adora é piscinas e, portanto, fico sempre num quadrado que é a minha toalha de praia e fico a ler até mais não. Ora, isso não aconteceu nestas férias.

Passei grande parte dos meus dias fora de casa a andar de um lado para o outro, a fugir de pessoas e especialmente a fugir do calor. Se vim mais bronzeada? Um bocadinho, mas nada que seja comparado a quando estamos a torrar ao sol na praia, em que a única sombra é a nossa e a do chapéu de sol que surpreendentemente consegue fazer um trabalho horrível.

Vi várias aldeias históricas e andei tanto para cima e para baixo que até só de pensar fico tonta. Acho que tive a minha dose de catedrais por uns bons tempos, isso vos garanto. No entanto, sou sincera, sempre gostei bastante do norte especialmente porque se nota exatamente a força que a religião teve exatamente nessa zona do país ao longo da nossa conquista pelo território português. Gosto exatamente dessa força, em termos históricos, porque, grande parte das vezes, eu não vejo isso quando começo vou de férias para o Algarve. Também compreensível, face que ao facto de este ter sido o último território conquistado aos Mouros (credo que este parágrafo virou uma aula de história). 

Andámos por Castelo Branco e conheci finalmente a cidade. Pensei que fosse maior, sou sincera. No entanto, não consigo deixar de me deslumbrar com os jardins por onde passei e especialmente aquele que consegui tirar fotografias à socapa por entre as grades porque não queria pagar para lá entrar, especialmente porque achava que não valia o esforço e especialmente porque isso me obrigava a ver pessoas e isso não era algo que eu quisesse.

Gostei de Castelo Novo, achei-o diferente e sem dúvida com grandes vistas. Ainda não me esqueci claramente da vista que tinha e até da praia fluvial que se conseguia ver lá do alto. Achei maravilhoso e sem dúvida que me encantou. Um outro sitio que também me deixou fascinada foi mesmo Alpedrinha

Acho que Alpedrinha foi a segunda aldeia que mais me encantou ao longo das nossas férias. Acho que respirava mesmo história e adorei como tudo se conseguia encaixar facilmente ao longo dali, até as casinhas pequeninas que eram só a coisa mais fofa de sempre. As ruas estreitas e aquele passeio horrível e que apenas me matava os pés.

Andámos por Monsanto, que por acaso já tinha ouvido falar, especialmente porque a Wiko é de lá e todos os anos ela vai passar férias por lá. Portanto, quando soube que lá íamos passar senti mesmo que iria valer a pena exatamente porque sabia os sítios por onde ela ia passar. Acredito que tenha sido mesmo a aldeia que mais gostei de visitar. Adorei especialmente tirar fotografias no meio de altas pedras e que aquilo mais parecia que qualquer tremelique que ia cair tudo. Subimos ao castelo e ainda andámos por lá a fingir que não éramos atacados por moscas e abelhas (credo as abelhas, até andei a fazer como a Ivete e tirei o pé do chão e levantei poeira para conseguir fugir delas). Só de me lembrar do dia fico mesmo contente. Sou aquele tipo de pessoa que odeia calor e que prefere mil vezes ter frio (o que também não é preciso muito porque sou uma pessoa friorenta) e houve dias em que senti que o passeio estava a ser arruinado por causa do calor, no entanto, quando me lembro do dia, a beleza do Monsanto ajudou a que nem pensasse no calor, nas subidas e descidas e sem dúvida em não pensar que tinha de poupar água para todo o caminho.

Fomos ainda à Covilhã e acho que me perdi pela arte urbana de lá. Ainda achei piada às brincadeiras que fizeram com as obras de arte já conhecidas como a "Rapariga com Brinco de Pérola", em que lhe meteram uma máscara para ela própria estar protegida enquanto era vista nas ruas. Enquanto isso, acho que estou ainda apaixonada pelo Bordalo II que vi por lá, aquele enorme mocho. Covilhã está completamente vestida de arte urbana e eu adorei simplesmente de como ela ficou e de como ela é.

No final, acho que no meio de tantos passeios aquilo que eu menos gostei foi o Fundão. Não me trouxe nada de novo para além de outro Bordalo II que encontrámos assim por acaso. De resto, acabámos por não ver nada de novo e isso foi mesmo uma grande desilusão, achámos que ainda poderíamos ver alguma coisa de novo, mas depois quando fomos a ver... senti-me como uma criança se sente quando lhe tiram o chupa-chupa e lhe dizem que não podem ir brincar no baloiço.

Gostei mesmo muito dos dias que passámos por lá, começando pela própria casa onde ficámos e de todos os passeios que fizemos (felizmente que o dia do Fundão também foi o dia de Alpedrinha e isso ajudou a esquecer o quão desiludidos ficámos). Acho que no meio de tanta coisa que fizemos ao longo desta semana, aquilo que foi pior acabou por ser o meu medo por abelhas que obrigava a virar ninja e especialmente também o calor insuportável que se começou a fazer ao ponto de ficar várias vezes no carro por nem conseguir andar porque sabia que não ia conseguir manter a minha garrafa com água suficiente para o dia que tinha começado.

As nossas férias acabaram ontem e depois de uma almoçarada com os amigos do meu pai, que também estavam em casa deles, claro, fizemo-nos à estrada e acabámos ainda por dar um saltinho por Fátima. Confesso que essa parte eu estava perfeitamente capaz de deixar passar. Não se alguma vez o disse, mas não sou uma pessoa que me sinta bem por lá e muito menos a visitar o próprio santuário. Não consigo mesmo sentir-me bem. No entanto, apoiamos sempre a democracia e como tal era 4 contra 1 e claro que acabámos por ir. Não foi penoso nem nada disso, simplesmente não me sinto bem lá dentro. Vimos o santuário, metemos as ditas velas e ainda vimos o pedaço do muro de Berlim. Não tem nada a ver com religião... é mesmo porque, ao contrário de várias pessoas, não me sinto lá bem.

A questão toda do corona acabou por me deixar menos ansiosa por lá especialmente porque raramente me dava com alguém. Acho que as poucas vezes que via alguém foi em Castelo Branco e especialmente porque íamos ao centro comercial para poder fazer as compras para a casa e etc, de resto... eram pessoas aqui e ali e raramente acabávamos por conseguir criar contacto ou coisa assim, via sempre pessoas à distância. Estava tão habituada que assim que cheguei a casa foi das coisas que pensei logo: e agora como é que vou sair de casa com tanta gente na rua? É o que dá viver perto da Capital, Twi. 

As férias terminaram e estou de volta a casa, as minhas aulas só começam daqui a um mês, mas tenho já coisas para ler. A dita tese não se faz sozinha como gostava de acreditar. Setembro chegou e assim começa uma nova etapa!

Deixo-vos aqui umas quantas fotografias que tirei ao longo desta semana (e fotos minhas que me foram tiradas pela família):

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